quinta-feira, 14 de agosto de 2014

“ É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar”

Tento ler tudo relacionado ao Pequeno Príncipe que encontro. E a última aquisição foi “ O Pequeno Príncipe me disse”. É um livro organizado por Sheila Dryzun com percepções de pessoas famosas sobre o efeito que o Pequeno Príncipe teve em sua vida. Pessoas como Verrísimo, Mário Prata, Fernanda Young, Fernando Meirelles e outros... Os depoimentos são sempre compostos de uma frase do livro, uma foto da pessoa grande quando criança e um texto, música ou poema sobre o livro. Na última página tem um espaço para o leitor também escrever suas percepções e colar sua fotografia. Resolvi também escrever sobre meu livro favorito. E essa era a Lia quando era uma criança pequena de 5 anos de idade( hoje sou uma criança grande ou grande criança de 22 anos). Interessante como o sorriso da foto ainda é o mesmo das fotos atuais. 

Lá se vão quase dez anos desde a minha primeira leitura de “ O Pequeno Príncipe”. Desde então, a cada fase da minha vida, redescubro com um carinho todo especial, o dia emocionante que li pela primeira vez aos 12 anos esse livro tão fininho e cheio de aquarelas encantadoras. Lembro-me que chorei tanto , e por tanto tempo, que em certo momento as lágrimas secaram e só os soluços expressavam a minha tristeza. Conheci aquele menino que nunca recusava uma pergunta e tinha tanto de mim... (de aquarela, de estrela, de melancolia, de nunca crescer, de gargalhar...À anos ele mora aqui dentro... num cantinho claro, com pôr-do-sol e estrelas...)
Anos depois quando me apaixonei, reli frequentemente o livro, mas dessa vez o que me fez tocar o coração foi à harmonia do texto e a mensagem de que eu me tornava responsável por aquilo que cativava. Reli mais algumas vezes pela ótica do primeiro amor, e percebi quantos detalhes eu havia deixado escapar nas leituras anteriores. Como isto podia acontecer? O livro mudara? Mas, não... o livro era o mesmo, eu é que me tornara uma grande-criança e havia aprendido o que as pessoas chamam de entrelinhas.
Ainda hoje choro com a imagem da despedida do Principezinho e sua rosa. Da Raposa cativada e sozinha para sempre. Do Acendedor de Lampião tão dedicado. Ainda não quero que o Príncipe converse com a Serpente.
Continuou sendo a Raposa, porque a “gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar”. Mas, hoje a frase que mais me abraça é a que diz “ É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar”.Como ela é realista. Eu sofreria menos se escutasse meu principezinho sempre.

Obrigada, Saint-Exupéry.

Para as pessoas que ainda não leram ou que desejam relembrar a narrativa: O Pequeno Príncipe em Audio-book.

Parte 1

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