quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

No deserto é quente, mas experimento o frio que alivia a noite. No deserto tem excacez, mas experimento o maná abundante do dia. No deserto há inquietude, mas experimento o consolo ao deitar. No deserto o tempo parece que não passa, mas ver o pôr do sol me faz pensar que valeu a pena viver aquele dia, só pelo fato de estar alí contemplando aquele momento. No deserto não consigo ver ninguém, só um espelho e me inquieto com o que vejo. Chego a perguntar onde Ele está e porque me levou àquele lugar. As vezes o calor, a fome, a sede, a solidão faz parecer que Ele não está lá, mas olho pra os pés e tenho a sensação de que poderiam estar mais feridos, mas por alguma razão não estão. Aí lembro do alívio da noite, do maná de cada dia, do consolo, do pôr do sol e me calo diante da simplicidade de uma certeza que me faz descansar de que Ele só me leva ao deserto porque quer estar comigo.


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