sábado, 28 de abril de 2012

1. Introdução "Uma das condições fundamentais é tornar possível o que parece não ser possível. A gente tem de lutar para tornar possível o que ainda não é possível. Isto faz parte da tarefa histórica de redesenhar e reconstruir o mundo."(Paulo Freire) O homem caracteriza-se pelo fato de poder aprender e ter de ser educado, pois é um ser em desenvolvimento e a educação é um dos elementos que gera a sua evolução. Desta forma, é preciso repensar as problemáticas educacionais à luz das novas descobertas científicas e das mudanças sociais. É preciso recriar a educação, repensando a reforma que foi proposta pela nova legislação, de forma que possamos estabelecer de fato uma nova escola. Para isso, se faz necessário reformar o próprio pensamento acerca dos currículos mínimos que devem ser ministrados para educar jovens e adultos que voltaram às salas de aulas, mas que as freqüentam em condições diferentes e especiais com relação ao ensino regular. Visamos com este trabalho de reflexão tentar enfrentar um dos principais problemas da educação de jovens e adultos do Brasil, que passa por um déficit tanto quantitativo quanto qualitativo. Acreditamos que o último implica o primeiro, daí procurarmos elaborar e fundamentar uma real mudança que seja capaz de dar sentido e coerência a este setor da educação. "Não se pode educar sem ao mesmo tempo ensinar; uma educação sem aprendizagem é vazia e portanto degenera, com muita facilidade, em retórica moral e emocional." Este trabalho é parte de uma pesquisa mais ampla na área da Educação. Vamos abordar aqui um dos problemas que conseguimos detectar na Educação brasileira, em especial, na educação de jovens e adultos, no segmento referente ao ensino médio. Não trataremos aqui do segmento fundamental, por considerar que já existem diversos trabalhos sérios, que visam tentar resolver os problemas acerca da alfabetização e da continuidade deste processo nos jovens e adultos trabalhadores. O segmento que analisamos diz respeito a segunda etapa deste processo de continuidade da educação básica do indivíduo que intenta inseri-lo na sociedade como cidadão participante e integrado ao seu mundo, consciente das novas descobertas científicas e tecnológicas. A partir da nova legislação da Educação, que distingue e determina parâmetros para este setor educacional, foi-nos possível observar que, para o ensino médio regular e o profissionalizante, a lei é bastante explícita e expõe as diretrizes e as bases de estruturação desta parte da Educação Básica. Entretanto, quanto a Educação de Jovens e adultos é bastante vaga, deixando que cada estabelecimento determine suas próprias diretrizes. Não que ela deva ser regulada uniformemente pelo estado, mas que se crie bases mais forte e coesas para sua prática. Consideramos que não basta apenas tomarmos emprestado os parâmetros para o ensino médio regular, visto que a diferença na quantidade de horas já torna inviável esta ação. Entretanto, o que observamos na prática educacional, é que o currículo do ensino médio regular foi reduzido para uma pequena parte e totalmente aplicado a educação de jovens e adultos. A primeira pergunta que se faz é óbvia: que tipo de ensino, ou melhor, que qualidade de ensino podemos esperar de uma educação que toma o conteúdo de três anos e espreme em três semestres apenas? Esta questão é um dos principais problemas que nos levou a pensar em uma mudança nos currículos para a Educação de jovens e adultos. Ë preciso ainda que se diga que o próprio currículo do ensino médio não atende as reais necessidades da população discente, no que diz respeito aos parâmetros assinalados, não só na nova LDB 9394/96, como nos pareceres seguintes e na resolução nº 3 de 26 de julho de 1998, e, novamente, os princípios e bases permanecem apenas inscritos na lei. Assim sendo, tomamos como apoio as reflexões de alguns dos nossos grandes educadores junto às reflexões de pensadores contemporâneos, que também se debruçam sobre o problema da educação, e nos propomos a pensar duas questões fundamentais da EJA, quais sejam: o problema da exclusão e o problema da qualidade de ensino. Sabemos que a exclusão da escola básica data da colonização no Brasil. A primeira idéia de educação surgiu com a colonização e visava apenas moldar, adequar, enfim, catequizar e ficou a cargo dos jesuítas, que vieram ao Brasil com a finalidade de "educar" o povo indígena, incutido-lhes a cultura portuguesa da época. Politicamente, podemos afirmar, então, que sempre ocorreu um movimento de exclusão relacionado ao movimento de expansão no país. "A expansão se sustenta no modelo de exclusão e esse modelo de exclusão leva à política educacional excludente." Temos que pensar, ainda, que a exclusão educacional não é apenas deixar um grande número de jovens adolescentes e adultos fora da escola, nem mesmo que resolveremos este problema quantitativo, incentivando a matricula e "diplomando"estes alunos, para que , estatisticamente, o Brasil possa ser visto como um país que tem resolvido o problema da exclusão das salas de aula no ensino médio. Pior que esta exclusão, que não se resolve assim tão facilmente, é a exclusão do diplomado do mercado de trabalho porque seu diploma não garante o saber ali determinado. Estes são as verdadeiras vítimas do processo de solução política imediatista, baseado numa avaliação quantitativa da educação. Considerando o panorama da cultura ocidental hoje que é, eminentemente, baseada na escrita, o indivíduo analfabeto ou o chamado analfabeto funcional mantêm-se excluídos não só do mercado de trabalho como de toda a cultura da sociedade em que ele vive. A (boa) leitura é condição sine qua non para a inclusão do indivíduo como cidadão atuante e participante, mas, principalmente, é condição para a aprendizagem com qualidade. Segundo a professora Emilia Ferreiro, "pode parecer um pouco esquemático, mas as dificuldades com a matemática são detectadas depois.(...) As dificuldades com a escrita são detectadas muito cedo. Realmente, saber o que acontece com a aprendizagem da leitura é um dado crucial para entender os fenômenos de repetência. O fracasso escolar está centrado na língua escrita e sobre isso há uma evid6encia internacional contundente." Logo, nossa preocupação com a reformulação dos currículos e conteúdos para a EJA vem de encontro a estas questões mencionadas acima, a fim de tentar contribuir com uma parcela, ainda que pequena, para a reestruturação da educação no Brasil para o século XXI. 2. Fundamentando a reflexão... Nos últimos 2 anos, de acordo com estatísticas do IBGE, o número de alunos do 1º e 2º grau cresceu substancialmente. Para se analisar esse fato deve se considerar a necessidade que as pessoas tem em estudar e aprender, para poder "sobreviver" no mundo atual, extremamente competitivo, que não mais oferece condições de sobrevivência a quem não possuir instrução. Daí, conclui-se que ainda há muito a se fazer em termos de educação. Pesquisas recentes dizem que 63% dos trabalhadores não têm nem o 1º grau, que dizer o 2º, chamado, atualmente, de ensino médio Segundo o BID08 os brasileiros que estão entre os 40% mais pobres têm uma escolaridade inferior ao da mesma parcela da população de alguns dos países mais atrasados da África, como Tanzânia, Quênia e Zimbábue. Sabemos, entretanto, que o futuro social e político de cada país depende da revolução educacional. E esta só poderá ocorrer quando o debate sobre o ensino público tiver seu eixo finalmente deslocado para as questões essenciais: como universalizar a educação básica, para que realmente possa beneficiar os segmentos mais desfavorecidos da população, oferecendo-lhes as condições mínimas de sobrevivência e crescimento social., como atender à sociedade nas suas reais necessidades e anseios com relação a formação de seus jovens e como atender aos adultos que querem dar continuidade ao seu processo de desenvolvimento pessoal, tanto quanto a melhoria da sua profissionalização. Portanto, é importante que haja uma preparação deste aluno, tanto para trabalhar com as novas tecnologias de produção, quanto para o exercício da cidadania. Segundo o filósofo contemporâneo Edgar Morin09, os sete saberes necessários à educação do futuro devem abranger os seguintes tópicos: as cegueiras do conhecimento – suas incertezas, erros e ilusões; os princípios do conhecimento pertinente; ensinar a condição humana – seu caráter único e plural ("o homo complexus"); ensinar a identidade terrena, através da conscientização ecológica; ensinar a enfrentar as incertezas e as imprevisibilidades do momento histórico; ensinar a ética da compreensão, refletindo a partir do etnocentrismo e do sociocentrismo; e por fim, ensinar a ética do gênero humano. Este é o grande desafio de nosso tempo, visto que a educação do futuro exige um esforço transdisciplinar que seja capaz de rejuntar ciência e humanidades e romper com a oposição entre natureza e cultura. Conforme Charles Hadji, "no que se refere ao ensino, é preciso libertar-se da hipótese política. O verdadeiro problema não é democratizar o ensino, posto que na maioria das sociedades ele já o é, mas em torná-lo mais eficaz" . Com isto o professor deve centrar-se em sua função instrumental e desenvolver as ferramentas cognitivas próprias aos universais. Ele é assim, um mediador entre o sujeito que se desenvolve e seu ambiente, o qual ele estrutura de forma a torna-lo instrutivo. A qualidade do trabalho do professor se mede pela qualidade do trabalho ao qual ele conduz seus alunos e o mais importante, é saber fazer com que estes trabalhem realmente na construção de seus conhecimentos. Pedro Demo ao tratar da questão da qualidade diz que não se trata de estabelecer entre quantidade e qualidade uma polarização radical e estanque, como se uma fosse a perversão da outra, mas que uma interage com a outra atuando ambas na realidade social. Não podemos pensar no quantitativo educacional, seja ele referente ao número de estabelecimentos de alunos, de alunos matriculados ou de alunos formados, como um dado inferior ou simplesmente materialista, mas por outro lado, não podemos associar a idéia de qualidade a enlevo, espiritualidade, transcendência. Para avançarmos numa real reflexão que tenha conseqüências políticas, sociais e pedagógicas temos que pensar a educação a partir da qualidade formal conjugada a qualidade política. A primeira nos ajuda a pensar os instrumentos e métodos; a outra, as finalidades e os conteúdos. Conforme mencionamos, temos acompanhado muitos artigos e entrevistas acerca da educação nos vários semanários e diários dos diversos estados brasileiros e todos são unânimes quando falam da exclusão dentro da escola, como um dos problemas mais tocantes no âmbito social. A pergunta que fica é: qual o real motivo desta exclusão? É suficiente mudar os processos de avaliação ou mesmo as didáticas e metodologias de ensino, se o aluno tem que enfrentar um currículo defasado e que pouca utilidade tem em sua vida real? Não queremos defender aqui a tese do utilitarismo nem do imediatismo na educação, pelo contrário, mas é preciso ser honesto e perceber que um aluno trabalhador, ou de uma comunidade carente, não tem condição nenhuma de estudar os mesmos conteúdos que um aluno do ensino regular, geralmente oriundo da classe média ou alta, em tempo integral e em condições totalmente favoráveis. Por que então continuar com o mesmo currículo, considerando: 1. que o aluno adulto ou trabalhador prepara-se para o mercado ou para se manter no mercado; 2. que este aluno deseja melhorar de vida no sentido sócio-econômico e por isso visa estar apto a realizar os diversos concursos existentes no mercado; 3. que, enquanto trabalhador, este aluno dispõe de tempo reduzido para ampliar ou aprofundar os conceitos apreendidos durante a aula propriamente dita; 4. que, na maioria das vezes, este aluno chega cansado à sala de aula e, ser obrigado a estudar ou estar atento a conteúdos que não lhe dizem respeitos, que pouca utilidade terão concretamente em sua vida, é uma tarefa mais que árdua, é praticamente impossível; 5 que, mesmo quando este aluno pensa em dar continuidade à sua formação, dificilmente pensa em uma faculdade e sim num curso politécnico que lhe capacite de forma mais rápida e eficiente para a atuação no mercado? Considerando todos estes pontos, pensamos que currículo seria essencial a este alunado? Que currículo seria capaz de prepará-lo para a vida prática e imediata e ao mesmo tempo, formá-lo enquanto cidadão no seu exercício pleno de e reflexão crítica político-social? 3. Propondo uma mudança Com base na nova legislação brasileira, a LDB 9394/96, em especial o artigo 3º, incisos I, IX e XI, o artigo 4º, inciso VII e o artigo 36º , 1º parágrafo propomos uma mudança real e substancial no currículo mínimo da Educação de jovens e adultos, visto que a LDB se eximiu em propor um currículo especial que contemplasse às necessidades deste setor educacional, limitando-se a escrever dois artigos, e, sendo assim, a escola que quiser abraçar esta proposta, não poderá ser criticada, uma vez que há liberdade de proposição garantida na lei. Nossa reflexão tem como resposta o corte de algumas disciplinas e em algumas outras, o corte de conteúdos, além de uma reformulação na forma como são ministradas estas disciplinas hoje. O nosso novo currículo estabelece duas disciplinas para cada um dos três grupos propostos na legislação, de acordo com o 36º artigo, 1º parágrafo que determina o currículo para o ensino médio, agrupando as disciplinas por finalidades e afinidades, quais sejam:" I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna; II - conhecimento das formas contemporâneas de linguagem domínio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao exercício da cidadania." Para o primeiro grupo, propomos a continuação da Matemática e acrescentaríamos apenas a Ecologia e tecnologias modernas que seriam ministradas pelos docentes das antigas disciplinas (Química, Física e Biologia). Para o segundo grupo, propomos língua portuguesa e uma língua estrangeira moderna - no caso escolhemos o espanhol por fazer jus à política internacional do Brasil junto ao Mercosul (a língua inglesa seria uma disciplina opcional) ; e para o terceiro grupo, incluímos História, Geografia e Filosofia, esta última em tr6es estágios a ser contemplado em cada semestre: Ética, Política e Estética. A princípio, os docentes das disciplinas "cortadas" podem pensar que esta proposta é um absurdo, mas é preciso ser coerente e sincero no que diz respeito a ação educacional. Não adianta continuarmos ministrando conteúdos e disciplinas que nada acrescentam ao aluno jovem e adulto, só para que ele tenha um diploma. A conseqüência mais grave desta atitude coletiva é o estado atual da educação brasileira, as inúmeras queixas de ambos os lados, da deficiência do saber. Não se pode continuar a alimentar a idéia de que o homem do século XXI seja inferior ao dos séculos anteriores, incapaz de aprender, de ler, de interpretar, de criticar, comparar e propor soluções. Se compararmos o nível de leitura de um aluno do antigo ensino primário, da primeira metade do século XX, vamos perceber que o mesmo aluno do ensino fundamental hoje está qualitativamente inferior àquele, e por quê? Hoje, mais do que nunca, na era da informação e com a globalização do mundo ocidental, este aluno deveria estar em melhores condições que o do século passado. O seu acesso à informação, tanto quantitativa quanto qualitativamente, é fácil, democrático e imediato. Portanto, temos que nos perguntar o que faz com que esse aluno não consiga obter os conceitos mínimos e as práticas mais elementares da educação – leitura e cálculo. Quanto aos conteúdos, seria necessário que se sentasse com um grupo de professores de cada disciplina para que, com toda a sinceridade, eles dissessem o que realmente é básico e fundamental para um jovem e adulto que quer preparar-se para a vida e o mercado atualmente. Perguntemos: que aluno trabalhador tem necessidade de realizar os cálculos de um movimento retilíneo uniformemente acelerado, ou precisa dos conceitos da periodização da literatura brasileira, ou tem necessidade de calcular que tipo de reação química acontece na mistura de duas substâncias? Até mesmo, para o ensino regular, muitas destas disciplinas só ocupam o tempo do aluno e não refletem a atualidade dos seus próprios conceitos. Esta idéia de educação, herdada da ditadura militar, é tecnicista e visa à especialização. Todavia, sabemos que o mais importante não são os conteúdos específicos de uma disciplina, mas o seu todo, que despertará o interesse do aluno para esta ou aquela área do saber. Defendemos a idéia de que é mais importante que o aluno conheça através de seu professor os problemas científicos e tecnológicos de sua área, no que afetam ou acrescentam à sociedade, do que este tentar ensinar fórmulas, regras, cálculos que pouco uso têm na prática dos alunos. Nossa idéia não é deixar de abordar a formação técnico-científica, nem desvalorizá-la, ao contrário, queremos que a ciência e a tecnologia seja realmente conhecida e debatida em toda a sua atualidade. Por exemplo, a Ecologia seria abordada em cada semestre sob a ótica de cada uma das disciplinas acima mencionadas, e consideramos ser muito mais importante que o aluno possa participar dos debates acerca da Bioética, da questão da clonagem, dos problemas ambientais e suas soluções, do que ficar decorando problemas e conceitos que nada vão acrescentar a sua formação de fato. Nós colocamos aqui nome para algumas das novas disciplinas apenas como exemplo. Não necessariamente elas deverão ter este nome. O importante é estar aberto a uma real reflexão e ter coragem para mudar. As disciplinas fundamentais e básicas são realmente a Língua portuguesa e a Matemática. Para esta nova proposta, consideramos que a Literatura, da forma como é ministrada e cobrada dos alunos do ensino médio, é totalmente inadequada à EJA. Com base nos estudos dos professores, pedagogos e lingüistas: Emilia ferreiro, Rosa Maria Torres, Daniel Godin, Roger Chartier, J. Gregoire, Foucambert e outros, concluímos que o ato de aprender a ler (compreender e interpretar) e escrever são fundamentais, mais que isso, são essenciais a todo e qualquer habitante do planeta, visto a complexidade de nossa sociedade estar intimamente relacionada com a língua escrita. Portanto, a literatura é o uso da linguagem escrita no âmbito da estética e o mais importante para o aluno de hoje, jovem e adulto, é que ele seja capaz de ler todo e qualquer texto, compreendendo o seu significado e interpretando os possíveis outros significados e ser capaz de redigir autonomamente, ser realmente capaz de produzir um texto, que reflita suas idéias e reais reflexões críticas acerca da sua leitura do mundo. Para que isto aconteça adequadamente é preciso tempo, é preciso haver uma dedicação maior neste ponto e deixar outros de somenos. Em educação básica é preciso selecionar, saber escolher o essencial e deixar que o processo naturalmente se cumpra. Leitura, redação e gramática, eis o que realmente é essencial para a formação dos jovens e adultos no tocante à língua materna. A literatura não será descartada, e sim inserida na medida da dificuldade do aluno e poderá ser abordada na disciplina de estética, junto as demais expressões artísticas. O que é mais importante, a leitura de um conto ou que o aluno saiba as características estéticas da escola literária que deu origem àquele texto? Acreditamos que se ele conseguir ler, compreendendo o que está lendo, será um ótimo sinal para que mais tarde ele continue a ler o que lhe interessar. A verdade é que muitos dos nossos alunos, jovens ou adultos, não estão nem lendo. E não é o preço do livro que faz com que poucos sejam leitores, nem mesmo a linguagem ou a temática, porque neste ponto, o mercado editorial brasileiro é muito rico e diversificado em todos os sentidos. A questão é: nossos alunos não sabem ler! A maioria pode até ser considerada como analfabeto funcional. Onde está o erro? Porque as aulas de português não conseguem formar um cidadão leitor? Qual o sentido das aulas de Literatura para um aluno não leitor? Mesmo que possamos considerar os inúmeros meios de comunicação audiovisuais da nossa sociedade, a era da informação pressupõe leitura e de alto nível, leitura em quantidade e qualidade. O problema não é que o nosso aluno não lê porque prefira computador ou videogames, ou televisão, ou cinema, ou porque não tem tempo, ou porque trabalha muito e chega cansado em casa. Mas é que nosso aluno não desenvolveu adequadamente a leitura e cansa, e não entende o vocabulário, e não percebe os significados das palavras. Estes são alguns dos problemas detectados em vinte anos de magistério no ensino supletivo, com diversas práticas metodológicas. No fim, qualquer uma que se aplicasse, o resultado era o mesmo porque a base não tinha sido construída. Portanto, se tivermos bem claros os objetivos que queremos alcançar com a Educação básica, sem nos enganarmos nem enganarmos a sociedade, veremos que a maior parte dos conteúdos das disciplinas é completamente obsoleto. É claro que nenhum conhecimento é inútil, mas quando se trata de educar jovens e adultos trabalhadores, temos que nos preocupar com o essencial. Só assim estaremos realmente contribuindo para a formação destas pessoas, visto que, com uma base sólida, a continuidade da educação é estimulada e de certa forma facilitada. 4. Conclusão "O ensino entre nós é uma forma de negócio; ensinar a pensar, ensinar a pesquisar são antiqualhas, o que importa é dispor de muitas máquinas – nós apreciamos tanto o exemplo americano, mas mostramos que dele só aprendemos o mais superficial."13 Há muitos professores e intelectuais que alimentam uma idéia negativa sobre o futuro da educação, principalmente na educação no Brasil, constatando que os problemas pedagógicos, a globalização e a crescente informatização do conhecimento e da sociedade são fatores irreversíveis que determinam o fim desta instituição. Acreditam que o que prevalece é o modelo da administração eficiente, capaz de gerar seus próprios recursos, estabelecendo nexos cada vez mais profundos com o mercado e a corrida tecnológica. A eficácia de desempenho é medida em termos de sucessos estatísticos, de capitais, produtividade e visibilidade, todos conversíveis em valores de marketing apenas. Uma das críticas mais veementes que fazemos a Educação básica é o fato dela ter se preocupado com a quantidade, com as estatísticas e com os resultados muito mais do que com a qualidade do ensino . O crescimento absurdo de estabelecimentos privados que distribuem diplomas de ensino médio e a diversificação de cursos paralelos sem valor algum, fizeram com que os princípios básicos da Educação em si se perdessem. Sabemos que toda mudança, quanto mais radical e substancial for, mais difícil para ser colocada em prática. Sabemos também que mesmo que o Estado regulamente muitos tópicos acerca da educação, o setor privado interessado apenas no lucro, descuidará completamente dos pontos essenciais que fazem um estabelecimento de ensino ser o que é. Por isso, nós os profissionais da educação temos que estar atentos e não participar desta mercantilização do ensino, desta vulgarização da educação brasileira. É preciso acreditar sim, acreditar no processo, na ação educacional, mas ter coragem para transforma-la quando as circunstâncias o pedem. Temos que partir da intelig6encia do desenvolvimento para o desenvolvimento da inteligência.É preciso acreditar na educação de todos, como Jean-Jacques Rousseau diz: "a regra mais útil de toda a educação é saber perder tempo."14 5. Bibliografia A . LIVROS: 01. ARENDT, Hanna. Entre o passado e o futuro. SP, Perspectiva, 1972. 02. CHARTIER, Roger. Cultura escrita e história. Porto Alegre, Artmed, 2000. 03. CRAMER & CASTLE. Incentivando o amor pela leitura. Porto Alegre, Artmed, 2001. 04. DEMO, Pedro. Avaliação qualitativa. Campinas, Autores associados, 1999. 05. DOLL JR., W. E. Currículo – uma perspectiva pós-moderna. Porto Alegre, Artmed, 2000. 06. FERREIRO, Emília. Cultura escrita e educação. Porto Alegre, Artmed, 2001. 07. GIMENO SACRISTAN, J. O currículo – uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre, Artmed, 2000. 08. GOMES, Cândido Alberto. A nova LDB: uma lei de esperança. São Paulo, Cortez/ Brasília, DF, UNESCO, 1998. 09. HADJI, Charles. Pensar & agir a educação. Porto Alegre, Artmed, 2001. 10. HERNANDEZ, F. Transgressão e mudança na educação – os projetos de trabalho. Porto Alegre, Artmed, 1999. 11. MORIN, Edgar. Saberes globais e saberes locais. Rio de Janeiro, Garamond, 2000. 12. ______. A cabeça bem –feita. Rio de Janeiro, Bertrand do Brasil, 2001. 13. ______. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo, Cortez/ Brasília, DF, UNESCO, 2001. 14. SMITH, F. A leitura significativa. Porto Alegre, Artmed, 2000. B. ENDEREÇOS ELETRÔNICOS DA WEB: 01. www.mec.gov.br/rivemod/educjoved.shtm 02. www.paulofreire.org/eja.htm 03. www.projetoeducar.com.br/jovens_e_adultos 04 .www.unesco.org.br/programas/ 05. www.vitae.org.br

O DESEJO DA PEDAGOGIA

A Pedagogia é definida como a teoria e a pratica da educação. A educação é uma ação e um processo de formação pelo qual os indivíduos podem integrar-se criativamente na cultura em que vivem. Genericamente podemos dizer que a Pedagogia é uma ciência da formação humana [1]. Um dos dilemas vividos pela Pedagogia se refere à relação entre a construção do conhecimento por parte do indivíduo e a construção do sujeito pelo conhecimento. Pain [2] nos evidencia que “... o sujeito não é sujeito até que conheça. É sujeito porque conhece, e é sujeito a esse conhecimento”. Por que, ainda, há quem não aprenda? Qual a parcela de responsabilidade da Pedagogia frente a essa questão? O ser humano, como já vimos, constrói desde criança o seu acervo cultura a partir de sua curiosidade pelo mundo. Não há quem não aprenda. O que pode haver é que, aquele que tem o ofício de ensinar ocupe o lugar na sala de aula de tal forma, que seu desejo não flui como catalisador de demanda do aprendente. E quando a relação aprendente-ensinante se fecha, a aprendizagem “empaca”, “não anda”, se torna “emburrecida”. Durante muitos séculos, a Pedagogia levou em conta apenas uma parte do ser humano: o sujeito epistêmico, sujeito que se dedica somente ao conhecimento, baseando-se nas capacidades ou habilidades que este indivíduo tem para conhecer, sem levar em conta que cada sujeito tem, ao mesmo tempo, uma história, um destino, algo que o diferencia do outro – sua singularidade . Compreender essas diferenças e dificuldades não é algo tão simples. Exige um trabalho de ação – reflexão – ação que se dá paralelamente à práxis profissional. Adotamos, como referência básica, Libâneo, procurando descrever suas opiniões e idéias de forma integral. Esse renomado autor [3] propõe a discussão do papel da educação frente às novas realidades econômicas, políticas e culturais, definidoras do mundo contemporâneo. Retoma os temas da Pedagogia, da modernidade e das novas tarefas da escola, questionando as perspectivas do futuro para o qual temos de preparar os indivíduos para a reestruturação e desenvolvimento da humanidade. Qual é então o desejo da Pedagogia? Os pedagogos saberão confrontar as críticas pós-modernas à Pedagogia, à escola e ao ensino convencional? Será que ainda é possível acreditar que a escola seja o lugar do desenvolvimento da razão humana, base para a liberdade intelectual e política? Paulo Freire acreditava, quando expressava que “a liberdade é a matriz que dá sentido a uma educação, que não pode ser efetiva e eficaz senão na medida em que os educandos nela tomem parte de maneira livre e crítica” [4]. Nosso pequeno personagem também acredita, porque ele quer aprender para se libertar da relação opressor-oprimido, que o obriga, todas as tardes, junto com outros "burros”, a repetir conteúdos que não são discutidos por ele. Deseja dialogar com seu professor, indagar, sentir-se respeitado, vivenciando um processo de crescimento mutuo. Um professor engajado numa pratica transformadora, valoriza a linguagem e a cultura do seu aluno, criando condições para que cada um deles analise seu contexto e produza cultura. O professor procurará criar condições para que, juntamente com os alunos, a consciência ingênua seja superada e que estes possam perceber as contradições da sociedade e grupos em que vivem. A preocupação seria com cada aluno em si, com o processo e não com produtos de aprendizagem acadêmica padronizados [5]. Os professores de Pedro, talvez não estejam exercitando uma pedagogia libertadora. O que querem ensinar? Estamos tendo uma oportunidade, neste artigo, de fazer um exercício de reflexão, de compartilhar com o leitor a nossa preocupação com os resultados da pratica pedagógica de nossas escolas. Quais os dilemas e os desafios dos educadores frente aos princípios de uma Pedagogia Crítico Social, que exige maior comprometimento de todos? Não trazemos idéias originais, pois, como Libâneo, outros educadores se dedicam há mais de dez anos ao estudo de uma teoria crítica da educação. Na obra de Paulo Freire, o homem é sujeito da educação e, apesar de uma grande ênfase no sujeito, evidencia-se uma tendência interacionista, já que a interação homem-mundo, sujeito-objeto e imprescindível para que o ser humano se desenvolva e se torne sujeito de sua práxis [6]. Logo adiante [7] o mesmo autor refere-se a pedagogia como uma área de conhecimento que investiga a realidade educativa no geral e no particular. Mediante conhecimentos científicos, filosóficos e técnico-profissionais, ela busca a explicitação de objetivos e formas de intervenção metodológica e organizativa em instâncias da atividade educativa implicadas no processo de transmissão/apropriação ativa de saberes e modos de ação. E o Pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e assimilação ativa de saberes e modos de ação, tendo em vista objetivos de formação humana definidos em sua contextualização história. Ele complementa, dizendo que o fenômeno educativo é um aspecto da realidade social, distinguindo-se de outros aspectos da realidade. Uma analise histórica da Pedagogia nos permite identificar, desde Comenio, Rousseau, Herbart, Dewey, os elementos constitutivos da relação pedagógica: o aluno, os conteúdos, os métodos, a sociedade articulada pela ação do educador. Nessa breve incursão histórica, podemos dizer que a Pedagogia existe desde que houve necessidade de cuidar de crianças e de promover sua inserção num contexto social. A sua institucionalização ocorreu com a modernidade, por volta do século XVI. Não é nosso propósito narrar a história da Pedagogia, mas sim fazer apenas alguns aportes como esses. O que nos interessa é uma outra história: a de Pedro, que transita hoje nas suas duas escolas. Contudo, não podemos deixar de citar Comenio, considerado o fundador da Pedagogia moderna, inaugurando a orientação que se tornará dominante: a de que a educação é a garantia da formação do homem para a humanidade, que a escola é uma verdadeira oficina do homem [8]. A pedagogia realista de Ratke, Comenio e Locke trazem pra a educação o que Bacon propunha para a ciência da época: o conhecimento vem da experiência, portanto, deve começar pelo estudo da natureza, pelo conhecimento das coisas. E se a referência é a natureza, deve-se respeitar a natureza da criança. Temos então uma atenção nova à individualidade do educando. No século XVIII, chamado de século da Pedagogia surgem grandes nomes como Rousseau e Pestalozzi e se desenvolve a educação publica estatal, iniciando-se a educação nacional. Pertence ao século XVIII o desenvolvimento da educação publica estatal, a educação para a cidadania, para a nacionalidade, a adoção do principio da educação universal, gratuita e obrigatória. O século XIX se distingue por mergulhar a teoria educacional mais a fundo na modernidade, inaugurando a cientificidade da Pedagogia, desvinculada da Filosofia e tornando-se saber cientifico, enquanto conhecimento metódico, sistematizado e unificado. No século XX a Pedagogia ainda se depara com os paradigmas clássicos, que expressam posições ou tendências, demarcando distintos modos de entendimento do processo de formação humana [9]. Se pudéssemos, agora, refletir, brevemente, sobre o desenvolvimento dos estudos da Pedagogia no Brasil, veríamos que a Pedagogia, como ciência geral da educação, perdeu prestígio. A Pedagogia tem vulnerabilidades, configurando uma crise em vários aspectos: na determinação da especificidade do seu saber, no reconhecimento social do seu campo profissional, no grau de desempenho e eficiência das instituições e dos educadores. Libâneo [10] esclarece que a identidade profissional do pedagogo se reconhece, portanto, na identidade do campo de investigação e na sua atuação dentro da variedade de atividades voltada para o educacional e para o educativo. O aspecto educacional diz respeito a atividades do sistema educacional, da política educacional, da estrutura e gestão da educação em suas várias modalidades, das finalidades mais amplas da educação e de suas relações com a totalidade da vida social. O aspecto educativo diz respeito à atividade de educar propriamente dita, à relação educativa entre os agentes, envolvendo objetivos e meios de educação e instrução, em várias modalidades e instâncias. Desse modo, todos os profissionais que se ocupam de domínios e problemas da prática educativa em suas manifestações e modalidades, e onde haja um caráter de intencionalidade são, genuinamente, pedagogos: pais, professores, supervisores de trabalho, agentes dos meios de comunicação, autores de livros, orientadores e guias de turismo, agentes de educação em movimentos sociais, etc. Essa argumentação permite afirmar que o trabalho pedagógico não se reduz ao trabalho escolar e docente, embora todo trabalho docente seja um trabalho pedagógico. Poderíamos acrescentar que a base da identidade profissional do educador é a ação pedagógica, não a ação docente. . E como se dá essa ação docente na sala de aula de Pedro? Ele relata que tem duas escolas: uma para aprender e outra para passar de ano. Uma única escola torna-se para Pedro uma outra escola, desta vez, uma escola dividida pelo seu imaginário. Uma escola cindida, tal qual às vezes se sente. Uma escola é gostosa (pelos amigos), o saber tem algum sabor. E a outra, onde recebe reforço escolar, que é só para ser aprovado, ser aceito pelos outros. Temos então um sujeito dividido. Pedro diz ainda que a outra escola, a de passar de ano é o lugar do burro, significante que a mãe costuma expressar. Então eu sou burro, deve pensar Pedro, murmurando baixinho um “ não sei ” que repete em casa e na escola. Pedro acha que não sabe. E essa escola aborrecedora aborrece Pedro, mesmo antes dele iniciar o (re)forço das matérias que não consegue aprender. Reforço significa aquilo que reforça, aumento de força, ou seja: as aulas de reforço (re)forçam o fato de Pedro não saber. E ainda tem o fato dele ser forçado a comparecer. Essa obrigação fragiliza a relação de Pedro com a escola, sendo uma relação que destrói a alegria de ir à escola. Daí o fastio, o tédio. Como bem sintetizou Alicia Fernandes [11]: Existe uma reciprocidade entre o aborrecimento e a queixa, que cerceiam a anatomia do pensamento do ensinante e do aprendente. A queixa ocupa o lugar de desejar conhecer. O aborrecimento não se nomeia, instala-se e cala o pensamento. Poderíamos acrescentar que assim como os professores se queixam e os alunos se aborrecem, os alunos se queixam e os professores se aborrecem. Essa dupla cena é paralisante. Uma criança se aborrece onde não se reconhece, onde não pode ver nada próprio. Não é reconhecida pelo outro, o que remete à onipotência. Pedro apresenta um forte desejo de saber, pois opta pela Escola que ensina e não gosta da outra, que “repete” mecanicamente. Ele prefere o primeiro programa de sala de aula regular, que cada dia apresenta conteúdos novos, apesar da professora não estar atendendo sua demanda individual, tão preconizada pela educação inclusiva. Por isso ele faz uma opção pelos amigos, como aquilo que o embala a aprender, a aprender pelo menos que sabe distinguir uma escola da outra, o bem do mal/mau. Insistimos em dizer que o ato de aprender pressupõe uma relação com outra pessoa , a que ensina. Aprender é aprender com alguém. E nos concentrando agora nesse com , nesse espaço professor-aluno, deixando de lado os conteúdos que transitam do professor para o aluno e do aluno para o professor. Pouco importa o que o professor esteja ensinando – o que importa é como está se relacionando com seu aluno nesse momento. Alguns de nossos professores do “curso primário” estão presentes em nossa memória, em especial aqueles em quem depositamos nossas crenças e nossos afetos. É essa relação afetiva primitivamente dirigida aos pais que assegura o poder ensinar e o poder aprender. É a essa energia que chamamos de transferência. Assim, um professor pode tornar-se a figura a quem serão endereçados os interesses de seu aluno porque é objeto de uma transferência e o que se transfere são as chamadas experiências vividas primitivamente com os pais. Esse lugar transferencial é muito significativo na Pedagogia, que porta o desejo de ensinar, que ocupa o lugar de poder na educação. A história mostra que a tentação de abusar do poder é muito grande. No caso do professor, abusar do poder seria equivalente a usá-lo para subjugar o aluno, impor-lhe seus próprios valores e idéias. Em outras palavras, impor seu próprio desejo. Se o professor cede a essa tentação, cessa o poder desejante do aluno. Quando o aluno aprende tão somente conteúdos, grava informações, espelha fielmente o conhecimento do professor, provavelmente não sairá dessa relação como sujeito pensante. Não se trata, obviamente, de pedir ao professor que compareça à relação pedagógica com seu desejo anulado, como pessoa esvaziada. O professor também é marcado pelo seu próprio desejo inconsciente. Aliás, esse desejo que o impulsiona para a função de mestre. Por isso, o jogo de aprender e ensinar e entre ensinante e aprendente é muito complicado, mas também delicado e prazeroso. Só o desejo do professor justifica que ele esteja ali na função de ensinar. Mas, estando ali, ele precisa renunciar a esse desejo, para acolher o desejo do aluno. Talvez seja essa uma das razões para Freud [12] se apoiar na idéia de que a educação é impossível. Mas, há de se insistir, porque esse encontro entre ensinante e aprendente é um grande desafio. Se o educador renuncia a uma atividade excessivamente programada, controlada com rigor obsessivo, ele poder organizar seu saber, mas não tem controle sobre os efeitos que produz sobre seus alunos. Pode até ter uma noção, através de uma prova, por exemplo. Mas não conhece as muitas repercussões inconscientes de sua presença, de seus ensinamentos. Tudo isso vai se dar na lógica do só depois. Quando o professor consegue pensar dessa maneira, ele passa a não dar tanta importância ao conteúdo daquilo que ensina, mas passa a ver esses conteúdos como a ponta de um iceberg muito mais profundo, invisível aos olhos. Parece-nos que é essa a grande contribuição da Psicanálise ao educador: uma ética, um modo de ver e de entender sua prática educativa. Esse novo saber pode gerar possibilidade subjetivas de cada educador, uma posição, uma filosofia de trabalho. Continuando nossa reflexão sobre o desafio de saber ensinar, lembramos de perguntar: ensinar o que? Seriam todos aqueles saberes que vão permitir ao aprendente atuar no mundo em que vive de forma crítica e consciente? “É algo que se define pelo engajamento do educador com a causa democrática, e se expressa pelo seu desejo de instrumentalizar política e tecnicamente o seu aluno ajudando-o a constituir-se como sujeito social [13]”. “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina a aprender.” [14] “Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação” [15]. Enredando pelo fio do desejo, nos deparamos com a educação dialógica de Paulo Freire quando diz que “o diálogo deve ser tarefa essencialmente de sujeitos e que não pode ocorrer na relação de dominação” [16]. É esse diálogo dentro da concepção de liberdade que já enfocamos nesse artigo quando comentamos um fragmento do caso de Pedro. Porque para que a dialogicidade se estabeleça, é preciso que educador e educando se perguntem em torno de que irão dialogar. O dialogo implica em desejo, porque esse também tem sua própria inquietude. As queixas dos alunos, que podem ser representadas na fala de Pedro, referem-se em torno da obrigação: “estamos submissos ao poder deles” (professores): “eles decidem”; “eles escolhem os temas”. Muitos alunos, porque não conseguem dialogar, expressar seu desejo, sentem que a obrigação é a responsável pelos seus males (entendido como dificuldades, aborrecimento de ir à escola). Outro aspecto a ser considerado é o espaço escolar, que é por excelência um espaço terapêutico onde circula o saber (cognição) e o afeto. “O interdito que separa a intelecção da afetividade parece ter sua origem em que, frente a uma percepção mediada pelo tato, gosto ou olfato, o ocidente preferiu o conhecimento dos exteroceptores, ou receptores à distância como são a vista e o ouvido. Nossa cultura é uma cultura audiovisual” [17]. A escola herdou a tradição audiovisual. Para “assistir“ à aula, a criança precisaria ter apenas um par de olhos, ouvidos e ocasionalmente ser acompanhada das mãos, para segurar um lápis. O resto do corpo não precisa ir: “ olhar e não tocar chama-se respeito ”, já diz o dito popular. Como bem sintetizou Restrepo, “a intromissão do tato, do gosto ou do olfato na dinâmica escolar é vista como ameaçadora, pois a cognição ficou limitada aos sentidos que podem exercer-se mantendo a distância corporal” [18]. Pode-se inferir que Pedro, na escola do reforço, permaneça quieto, com o olhar voltado para frente. Não pode entrar em contato com os seus colegas – a tarefa (re)forçada é para ser cumprida. Rubem Alves, ao falar de sua experiência, diz que a inteligência começa nas mãos, porque as crianças não se satisfazem com o ver: elas querem pegar, virar, manipular, desmontar, montar... E continua o mestre: “a função dos olhos é mostrar para as mãos o caminho das coisas a serem mexidas... assim como há casas que emburrecem” [19], também há escolas que emburrecem onde a inteligência não pode florescer junto ao afeto. Ou nas “sábias” palavras de Pedro: “a escola bem que poderia se transformar num lugar gostoso de aprender”.
stou estudando para se tornar um professor. Porque eu estou quase terminando minha licenciatura, eu comecei a pensar seriamente sobre que tipo de professor eu quero ser. Como eu penso sobre isso, cinco palavras me vieram à mente. Essas cinco palavras são: a paixão, profissional, estilo, flexível e humor. Apesar de todos estes cinco são muito importantes eu considero que ter paixão é o mais importante de todos. Não importa o que meu trabalho é, se eu não sou apaixonada por ele eu não seria capaz de fazer um grande trabalho. Eu sei que tem que ser apaixonado sobre ser professor, porque esta não é uma tarefa fácil, e se eu não sou apaixonada por ele, bem, eu posso dizer agora que este trabalho, então não é para mim. Eu sou realmente apaixonada por ser professora e eu não posso esperar para começar a trabalhar nisso. Eu acredito que se eu não sou apaixonado por esse trabalho, eu não poderia chegar a ser todos os outros 4 características que eu mencionei antes. Outra coisa sobre ser um professor é estar sempre um profissional. Como eu disse antes este trabalho não é tão fácil como muitas pessoas podem pensar que é, e é por isso que eu, professor para ser, precisa ser profissional em todas as circunstâncias. Na escola, eu vou enfrentar muitas situações, não só com os alunos, mas também com os pais, os meus colegas ea comunidade. Eu sei que não será apenas um professor, aquele que é responsável por esses alunos, a educação, mas que eu também sou um ser humano e tenho que respeitar os outros e cuidar dos outros necessidades. Eu não só ensinar e cuidar de meus alunos, mas também vou colaborar em tudo o que posso. É por isso que eu tenho que ser flexível também. Como professor, eu deveria ser flexível ao ensinar e ajudar os outros. Um professor deve ser flexível ao ensinar, e não deve ser rígida ou para ficar sempre à sua agenda. Isso ocorre porque o plano do professor nem sempre tem os resultados positivos que ele / ela queria que ele tem, e deve ser reajustada para um melhor que os alunos podem aprender. Eu também preciso ter em mente que nem todos os alunos vão aprender no mesmo ritmo, e que eu deveria ter o tempo para ensinar aos alunos que aprendem mais devagar. A maneira que o professor dá a aula, organizar a sala de aula, e reorganizar suas / seus métodos de ensino é o estilo do professor. O estilo de professor é muito importante no processo de ensino / aprendizagem, porque às vezes a aprendizagem do aluno dependerá da forma como o professor é elegante quando ela / ele está ensinando. É óbvio que os alunos vão estar presentes mais de um professor que é ativo, divertido, e aquele que muda constantemente as atividades em sala de aula, a fim de ganhar sua atenção. Não posso também esquecer que como professor eu tenho que ter pelo menos um pouco de humor para adicionar a minha classe para torná-lo uma experiência divertida, não só para os alunos, mas para mim. Eu tenho que admitir que o humor não é uma das minhas fortes habilidades em trabalhar. De todas as características que eu mencionei antes do que eu quero ser quando eu me tornar um professor, este é o único que eu preciso para trabalhar em mais. Eu sempre a falar a sério sobre todos os trabalhos que eu tinha, mas o ensino é um trabalho onde as crianças estão envolvidas e eu preciso ter senso de humor, como um professor para ser. Acho que desta forma a experiência de ensino / aprendizagem com humor será uma gratificant tanto para os alunos e eu. Pequenas coisas como estas são as únicas que me faz sentir completo, porque eu não só será satisfeita profissionalmente fazendo o trabalho direito meu, mas com isso eu também serão satisfeitas em um nível pessoal, porque eu tenho que admitir que não só os estudantes precisa e aprende com um professor, mas o professor também aprende com os alunos e necessidades dos outros também. Finalmente, eu quero ter todas essas características quando eu me tornar um professor. Eu percebi que cada um destas características são muito importantes. Estas características não só vai fazer de mim um bom professor, mas também vão me fazer um ser humano excelente.

Ensinar e Deixar Aprender

"É bem sabido que ensinar é ainda mais difícil que aprender. Mas raramente se pensa nisso. Por que ensinar é mais difícil que aprender? Não porque o mestre deva possuir um maior acervo de conhecimentos e os ter sempre à disposição. Ensinar é mais difícil do que aprender, porque ensinar quer dizer deixar aprender. Aquele que verdadeiramente ensina não faz aprender nenhuma outra coisa que não seja o aprender. É por isso que o seu fazer causa muitas vezes a impressão que junto dele nada se aprende. Isso acontece porque inconsideramente entendemos por aprender a só aquisição de conhecimentos utilizáveis. O mestre que ensina ultrapassa os alunos que aprendem somente nisto: que ele deve aprender ainda muito mais do que eles, porque deve aprender a deixar aprender. O mestre deve poder ser mais ensinável que os alunos. O mestre é muito menos seguro de seu ofício que os alunos do seu. Por isso, no relacionamento do mestre que ensina e dos alunos que aprendem, quando o relacionamento for verdadeiro, jamais entram em jogo a autoridade de quem sabe muito nem a influência autoritária do representante magisterial. Por causa disso é ainda uma grandeza ser mestre - que é bem outra coisa que ser professor célebre. Se hoje - onde tudo é medido sobre o que é baixo e conforme ao que é baixo, por exemplo, sobre o lucro - ninguém mais deseja ser mestre, isso é devido sem dúvida ao que esta grande coisa implica e à grandeza de si própria" (Heidegger, M. Qu'appelle-t-on penser. Paris, 1973, p. 89) Fonte: BUZZI, Arcângelo R. Introdução ao Pensar: O Ser, o Conhecimento, a Linguagem. 28. ed., Petrópolis, Vozes, 2001, p. 197.

Mais do que ensinar...

Tenho pensado em ti… Nas expectativas que criei relativamente a ti, no que te posso ensinar, na forma como gostaria de fazer de ti alguém mais correcto, mais íntegro, mais bonito e adorável. Penso nisso porque esta é a forma que encontrei de mudar o mundo. Penso em ti porque me cabe a mim, em parte, a missão de te mostrar o que é certo e errado, o que te pode tornar mais ou menos feliz, melhor ou pior pessoa. Penso em tudo isto porque não sei estar na vida de outra forma. Penso… porque gosto de ti. Essa é uma verdade que me faz ter prazer em te ensinar o que me compete como professora, mas também como educadora, mulher, mãe, esposa, filha, cidadã, amiga… No fundo todas estas facetas são indissociáveis. Acredito que a minha profissão pode ir muito mais longe que os conhecimentos que transmito e que farão de ti alguém mais competente no mundo do trabalho. Acredito que te posso mostrar um pouco do caminho para a felicidade e para a tua realização como pessoa. Acredito igualmente que o mundo pode ser melhor se cada um de nós semear sorrisos, justiça, alegria, amizade e se afastar do que é menos positivo: as provocações, a violência, as inimizades e as injustiças. É que nós influenciamos e construímos o mundo em que vivemos!!! Quando vejo que os pensamentos e os sentimentos azedos tomam conta de ti e te tornam negro, observo de longe o meu fracasso. Acredito no AMOR. Porque sei que ele resolve. Ele aproxima, adoça, alimenta a nossa alegria. Torna-nos mais justos, mais felizes, mais humanos, mais PESSOAS. Mesmo quando nos fazem mal, é preciso virar a página e continuar a acreditar no Amor, mesmo que para isso seja necessário engolir um ou outro sapo e fazer um ou outro sacrifício. Isso só nos engrandece e nos torna mais belos.
Só é digno do pódio quem usa as derrotas para alcança-lo (Augusto Cury)
Um dia abençoado pra todos... Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios. Salmos 103:2

sexta-feira, 20 de abril de 2012

REQUISITOS PARA SER PROFESSOR: Ter memória de elefante, paciência de anjo, coração do tamanho do sol, olhos por todos os lados da cabeça, filtro purificador nasal, oito braços como o polvo, pernas de maratonista, bexiga com capacidade para cinco litros, multi-canais auditivos e sistema imunológico extra. Ainda assim dizem que é muito fácil ser professor!!!!!! Gloria Pautasso

Instrução .

sábado, 14 de abril de 2012

Eu vou cuidar de vocês assim para todo o sempre!!
Véi na boa preguiça mata ?
"Entender a vontade de Deus nem sempre é fácil, mas crer que Ele está no comando e tem um plano pra nossa vida, faz a caminhada valer à pena". Levanta vá em frente, hoje o dia promete. Tem vingança melhor do que sorrir na frente de quem fez você chorar? o tempo é rei, e a vida é uma lição, e um dia a gente cresce, e conhece nossa essência e ganha experiência, e aprende o que é raiz então cria consciência.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Peter pan: ódio é uma palavra forte, não acha? Wendy: Amor também é, e as pessoas falam como se não significasse nada. #verdade. Boa tarde.
Brindando a felicidade dos outros, porque a nossa já está garantida. =)
Tenho aprendido que só depois de acalmar o entusiasmo é que podemos tomar decisões importantes.Fábio de Melo ‏ Muita falsidade pra um só lugar... "Se vc pensa q cachaça é água"... vc é alcoólatra. Tô chata mesmo...e é pra achar ótimo! Conversar com Deus te acalma, ouvir as respostas de Deus te fortalece. Bom dia, Bom dia! Ele age na hora e no momento mais certo! #EuAcredito Eu acredito que sem os falsos amigos, nós não saberíamos dar o real valor que os verdadeiros amigos merecem." #VerdadeVerdadeira Que possamos nos embriagar de felicidade! Tô aprendendo uma coisa: viver um dia de cada vez. O amanhã, amanhã eu resolvo! Ansiedade me consoooome

terça-feira, 10 de abril de 2012

Não esqueça que o seu futuro será consequência do seu presente

Amo => "Fernando Pessoa"

Quero tudo novo de novo. Quero não sentir medo. Quero me entregar mais, me jogar mais, amar mais. Viajar até cansar. Quero sair pelo mundo. Quero fins de semana de praia. Aproveitar os amigos e abraçá-los mais. Quero ver mais filmes e comer mais pipoca, ler mais. Sair mais. Quero um trabalho novo. Quero não me atrasar tanto, nem me preocupar tanto. Quero morar sozinha, quero ter momentos de paz. Quero dançar mais. Comer mais brigadeiro de panela, acordar mais cedo e economizar mais. Sorrir mais, chorar menos e ajudar mais. Pensar mais e pensar menos. Andar mais de bicicleta. Ir mais vezes ao parque. Quero ser feliz, quero sossego, quero outra tatuagem. Quero me olhar mais. Cortar mais os cabelos. Tomar mais sol e mais banho de chuva. Preciso me concentrar mais, delirar mais. Não quero esperar mais, quero fazer mais, suar mais, cantar mais e mais. Quero conhecer mais pessoas. Quero olhar para frente e só o necessário para trás. Quero olhar nos olhos do que fez sofrer e sorrir e abraçar, sem mágoa. Quero pedir menos desculpas, sentir menos culpa. Quero mais chão, pouco vão e mais bolinhas de sabão. Quero aceitar menos, indagar mais, ousar mais. Experimentar mais. Quero menos “mas”. Quero não sentir tanta saudade. Quero mais e tudo o mais. “E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha".

Amor que é amor é assim..

Amor que é amor é assim.. Ultrapassa toda e qualquer barreira. Se tem que acontecer, acontece. Se tiver que machucar, machuca. Se tiver que trazer paz, traz. E amor tem que ser assim.. Entrar rasgando todas as paredes do coração. E é o que acontece com o meu... além de entrar rasgando de uma vez só.. o sangue novo que jorra, é o amor que se torna cada vez maior, pedindo espaço pra sair...

segunda-feira, 9 de abril de 2012

http://dannyelapimenta.blogspot.com.br/search?updated-max=2011-03-11T03:57:00-03:00&max-results=300&start=136&by-date=false
A única meta era ser feliz.. Que saudade do tempo que as palavras eram verdadeiras, os sorrisos espontâneos e as promessas cumpridas... Tempo aquele que ninguém tinha medo de revelar seus sentimentos e assumir seus medos ... Tempo que a inocência era virtude e não defeito.. Pedir desculpas era sinônimo de educação e não humilhação... E os olhares eram facilmente compreendidos e o silêncio irremediavelmente respeitado. Sinto falta desse tempo... Afinal o único interesse, a única meta e a única satisfação era SER FELIZ...
Disposta a ser surpreendida.. Estou apaixonada pelo impacto da vida... Levei um tiro certeiro e bem mirado, provocado pelo descuido das minhas defesas.... Andei flertando com o perigo... Quero o circo todo a que tenho direito: Sedução, fantasia, tempo... Quero um romance longo, quero intimidade. Fazer cena de ciúme, terminar, voltar, amar, brigar de novo, telefonar, pedir desculpas, retornar... Quem pode me explicar o que acontece dentro de mim? Afinal quem está no comando dentro de nós? Eu tenho que responder às minhas próprias perguntas... E tenho que ser serena para aplacar minha própria demência. E tenho que ser discreta para me receber em confiança. E tenho que ser lógica para entender minha própria confusão. Ser ao mesmo tempo o veneno e o antídoto. Mas é preciso um pouco de segredo e de mistério para fazer as coisas parecerem maiores do que são... Não corte meu entusiasmo... Apenas estou reservando umas horinhas da minha semana pra brincar de princesa e de castelo... Eu nunca estive tão disposta a ser surpreendida...!!! Sinto saudade de quando eu era bem mais imprudente...
Essa Mulher sou eu! As palavras são minhas maiores companheiras, nunca me abandonaram, ao contrário, questionam junto comigo o que eu não compreendo. Escrevo porque não sei fazer outra coisa quando me pego com os pensamentos a mil, e sendo assim, me encontro, me perco e me acho. Porque sou um ser inacabado e necessito diariamente de uma boa dose de mim mesma e continuarei a escrever enquanto me restarem dúvidas e quando essas não mais existirem, acaba aí também a fonte de vida... Sou assim, esse mundo de reticências... Não se pergunte, e nem me pergunte, o porquê dessas palavras soltas... às vezes até eu tenho medo dessa desorganização profunda...rs Eu me perco e me acho, mas me reconheço. Complexidade? Talvez... Intensidade? Total! Sou intensa sim, gosto do inacabado, do que está em formação, do que pode ser moldado. Sou fiel antes de tudo a mim mesma, isso é uma questão de caráter. Este aqui não é um texto sobre o amor. É um texto sobre uma mulher que já amou demais. Que se desconserta, mas se alegra, quando alguém fala que gosta dela. Que fala a verdade quando deveria mentir. Que já chorou por um amor. Que já chorou por alguns amores. Que não tem vergonha de falar o que sente. Uma mulher cujo sorriso entrega suas emoções. Cujos lábios se movem quando ela pensa. E cujos olhos não a deixam mentir nunca. Uma mulher que odeia pimentão. Ama beterraba. Odeia quando tem que esperar alguém ligar. Odeia mais ainda quando esse alguém não liga. Adora não ter mais idade pra brincar de polícia-e-ladrão. Pra fazer joguinho. Adora já ter passado da fase de fingir que ela não está afim quando está. Só que essa mulher faz tudo errado as vezes. Mas, mesmo assim, ela não tem medo de começar tudo de novo. De tentar outra vez. E essa mulher só quer viver daquilo que ela conhece muito bem. Amar. Incondicionalmente. Viver incondicionalmente. Viver sem fazer tantos planos. Sem querer prever o futuro. Estar do lado de alguém que é o mundo pra ela também. Estar do lado das pessoas certas. E perceber que todas as maravilhas da vida de solteira são maravilhosas. Porque ela acredita que vai fazer tudo certo um dia. Porque ela acredita que a cada segundo a vida tem um novo desafio. Porque ela acredita no Amor, acima de todas as coisas!!! Porque essa Mulher sou eu, Mayara Miranda

Sou feliz e pronto!

Só tenho motivos pra Sorrir.. Se Deus me deu a segunda chance a vida é para vivê-la da melhor forma possível .. é isso que faço .. Sou Feliz e pronto!!! Sou como as borboletas .. voo alto .. colorindo o céu com suas cores .. fazendo sorrir quem ve passar ..

Eu posso, eu creio!

Não adianta... Quando amamos ao máximo não nos acostumamos mais com nossos mínimos. Falta algo e sobra desespero na alma, se não for assim. O corpo sente, a alma pesa e a mente desacelera.. Desacelerar uma mulher que descobriu que dentro da malícia existe amor ingênuo, é tirar dela o ingrediente que tanto buscou, para dar sabor a uma vida insossa. Alegria toma conta de todas as brechas e o amor preenche com doses de saudade. Tenho que seguir em frente, sempre.. Tenho que saber que existe um ponto de chegada, nesse meu ponto de partida. Não passei uma boa parte da minha vida procurando a felicidade para jogar tudo fora como se não fosse nada, se agora ser feliz é tudo.. Então só quero continuar me aprofundando nesse labirinto chamado vida.. caminhando lado a lado com a alegria.. Não deixando nada para depois.. Me acham insensata.. louca.. Mas posso dizer que os loucos são apaixonantes.. Os doidos sabem amar e não se importam com a reação que estão causando.. Então eu busco, incessantemente eu busco... Um pouquinho de verão... calor no coração.. Pois Meu instinto diz: você pode. Eu digo: eu creio! Hoje eu escrevo, com letras que só os sensíveis de alma entenderão..
Sofrimento é opcional! "A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional." Carlos Drummond De Andrade

Obrigada Sr.

Deus tenta nos mostra o caminho que devemos seguir ... Mas a vezes a vida se encarrega de nos colocar em outro lugar, Mas isso acontece pq temos o livre arbítrio de querer andar no caminho de Deus ou no caminho do Mundo... Ai vem os erros... os tombos... Os acontecimentos que as vezes não esperávamos por ele... A desilusão... Mas... o rumo já foi tomado... O que devemos fazer então é tentar recomeçar e acertar... Tomar uma nova direção e correr atrás do prejuízo... Sempre há tempo para os olhos de Deus, basta querer... As vezes as coisas não acontecem tão rápido como desejamos, Mas mantenha o coração aberto, A mente limpa... E a alma lavada... Pois coisas boas virão! E aí agarre com toda a força E agradeça, agradeça muuuito.... Pois são as bênçãos de Deus em sua vida! A vida pode ser linda, basta querer viver bem! De uma forma ou de outra somos nós que nos guiamos, E temos o controle em nossas mãos. Por isso plante coisas boas... Para poder colher coisas melhores ainda...

Só Agradecer...

Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício. Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus. Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim.
Aquilo que você esta vivendo,o peso que você ta carregando, não é nada comparado a vitória que te espera. Boa tarde,segunda-feira. Uma ótima semana.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Resumo sobre o filme narradores de javé? Narradores de Javé, um filme brasileiro de 2003, do gênero drama, dirigido por Eliane Caffé, conta a história dos moradores do vilarejo do Vale de Javé e o temor destes: uma represa que precisa ser construída e com isso a cidade de Javé será alagada. E para impedir tal fato, a única chance que eles têm é a de provar que a cidade possui um valor histórico a ser preservado. Para isso, precisam colocar por escrito os fatos que só são contados de boca a boca, de pai para filho. Como a maioria dos moradores são analfabetos, para preparar um documento contando todos os grandes acontecimentos heróicos de sua história, então, recorrem ao ex-carteiro da cidade. Um homem banido por todos, que para evitar que o posto de correios do lugar seja fechado começa a escrever cartas para pessoas de outras cidades e conhecidos seus, contando mentiras e calúnias dos habitantes da cidade, para poder assim gerar movimento na agência, e evitar o fechamento da mesma (e assim, preservar o seu emprego). Assim, o malandro Antonio Biá é convocado pelo povoado do Vale de Javé a pôr na escrita as histórias, contadas há anos pelos moradores, sobre a fundação da cidade, os personagens grandiosos e cheios de virtude que habitavam suas lembranças. Neste caminho, Biá vai conhecendo a fundo as fantasias, as memórias e as lembranças do povo de Javé. Mas a escrita destas histórias, tão diferentes umas das outras, não estava fácil. Biá, por mais talentoso que fosse na "regras da escritura" teve muitas dificuldades para pôr no papel as histórias de grandeza daquele povo, as quais não obtiveram registro oficial. Nesse contexto, o filme aborda diversos temas como, a formação cultural de um povo; heranças históricas; crenças; valores; oposição entre memória, história, verdade e invenção; importância da oralidade na construção cientifica; dimensão da escrita e da fala; confronto entre o progresso e as tradições do vilarejo. Os relatos em tom de fábula dos moradores, que não conseguem se entender entre suas versões, os casos contados, a verdadeira fundação de Javé, o papel e a forma da morte de Indalécio, seu fundador, e da participação de Mariadina, tornam-se perceptível no decorrer das cenas do filme que, as lendas e os contos contribuem para a formação cultural de um povo na medida em que edificam uma maneira de viver de determinadas pessoas na sua moral ou na sua forma de agir através dos hábitos, costumes e pela linguagem pitoresca da região. É comum ouvirmos as célebres frases "Quem conta um conto aumenta um ponto", "Existem três verdades: a minha, a sua e a que de fato é", "O povo aumenta, mas não inventa". Enfim, são verdades populares que estão na boca do povo e que é o elemento-chave do filme, levando a um confronto entre verdade – invenção, memória – história. Em toda a história da humanidade, o povo sempre viveu na oralidade, as crenças, as histórias, as lendas eram passadas de pai para filho, resgatando apenas a memória do passado. Assim como no filme os moradores de Javé buscam escrevinhar um documento cientifico com a história de cidadezinha, é importante destacar que as escrituras que hoje temos acesso surgiram da oralidade histórica de um povo, como por exemplo, a Bíblia, os acontecimentos históricos do Brasil e do mundo, entre outros. Deste modo, a tradição oral vinculada a escrita fortalece as relações entre as pessoas, criando uma rede de transmissão de conhecimentos e modo de vida. As palavras são transformadas em ação, neste ato de contar estabelece-se uma relação de cumplicidade, além de serem repassados conhecimentos. Ao final do filme, o livro com a grande história de Javé não foi escrito. O progresso ostenta o espaço, a represa é construída, e por fim, a cidade é inundada e seus moradores desterrados. Narradores de Javé, embora tenha buscado o registro para que suas memórias não ficassem submersas, evidencia uma sociedade que se desvanece, em sua cultura, história e tradição em detrimento do progresso, do avanço tecnológico.
Em um vale distante no sul da Bahia, há um vilarejo chamado Javé. Seus habitantes formam uma comunidade estritamente oral sem o conhecimento da linguagem escrita. Compõem-se em sua maioria de analfabetos ou semianalfabetos. O vale de Javé está prestes a ficar submerso pelas águas, graças a um projeto do Governo do Estado da Bahia que consiste em construir uma represa no local visando o progresso do estado e do País. A esperança dos moradores é Antonio Biá, o único habitante letrado. É ele quem terá de escrever a História de Javé em um livro e “resgatar”, por meio de histórias narradas por alguns habitantes, toda a sua cultura e toda sua identidade fazendo com que a aldeia faça parte do patrimônio histórico e cultural do país, impedindo assim o seu desaparecimento. Esse é o enredo – ou o CAUSO – do filme NARRADORES DE JAVÉ (2001, direção de Eliane Caffé) rodado em Gameleiro da Lapa, interior da Bahia. O tema do filme é a diferença entre linguagem oral e linguagem escrita e a importância destas na identidade e na formação cultural de uma civilização. Como os moradores de Javé são em sua maioria analfabetos (com algumas exceções como o barbeiro e o dono do bar), toda a sua história está centrada na oralidade, nos CAUSOS e nos diálogos entre os moradores. Esta condição torna-se clara logo nos primeiros trinta minutos do filme quando Antonio Biá (José Dumont), para salvar seu emprego como carteiro – “SE NINGUÉM RECEBE CARTA POR QUE TER CORREIO?”, indaga Souza (Matheus Nachtergaele) ao interromper temporariamente o orador do CAUSO Zaqueu (Nélson Xavier) -, envia cartas a parentes e amigos de alguns moradores contando alguns casos e CAUSOS, inventando e FLORINDO alguns fatos. Consegue manter seu emprego as custas da infâmia alheia. Como castigo a personagem é banida da aldeia voltando mais tarde a mando de Zaqueu, um tipo de chefe, mentor e informante dos aldeões que o impõe a condição de escrivão: Biá terá de escrever a história de Javé (o LIVRO JAVÉRICO) a fim de salvar toda a comunidade da catástrofe que se aproxima. Por Zaqueu ser analfabeto, acredita que, registrando por escrito a história da aldeia, esta passará a compor o quadro sociocultural do país. Não basta apenas que Javé exista na oralidade é preciso documentá-la, registrá-la e imprimi-la em uma linguagem escrita em forma de prosa. É por isso que Zaqueu, ao ouvir dos “homens importantes” que a aldeia só não viria a ser inundada pelas águas caso ela tivesse sua história documentada, associa que, para algo ter uma importância científica, é preciso que esteja impressa no papel e com argumentos “científicos”. Quando lhe perguntam o que é científico Zaqueu não sabe responder exatamente (exploração da falta de letramento da personagem) o que o leva a “criar” uma resposta baseada no senso comum. Como Javé está isolada das demais cidades, ela torna-se uma espécie de cidade-estado, com suas próprias leis e seus costumes (cena da peregrinação em que o engenheiro declara seu ateísmo – antítese, contraste entre civilização e tribalismo). Não há no filme, por exemplo, evidências de telefone e aparelhos de TV, o que intensifica o seu isolamento e o distanciamento de seus habitantes das demais partes civilizadas do estado da Bahia. Mas esse isolamento não é prejudicado até o momento do choque entre o CIENTÍFICO (construção da barragem – alfabetização) e o SACERDOTISMO (a crença dos javenianos em sua própria cultura – analfabetização). O povo de Javé não vê outra solução a não ser no carteiro que possui as habilidades letradas e que, de “vilão” passa a ser o “herói” numa tentativa frustrada em salvar a aldeia do mal a que ela está destinada. O contraste reflete, portanto o conflito entre o “saber ler” e o “não saber ler” e a inserção de uma nova tecnologia dentro de uma sociedade tribal e suas consequências: toda mudança repentina em um grupo social causa certo desnivelamento na organização dessa sociedade. Uma sociedade tecnologicamente mais evoluída tende a “engolir” uma sociedade menos evoluída. Todas as personagens que narram sua história possuem um grau de importância dentro dessa organização mesmo não sabendo ler e escrever. Enfim, a diferença entre linguagem oral e linguagem escrita não se restringe apenas a uma simples falta de conhecimento por parte do INDIVÍDUO, mas abrange toda uma cultura, toda uma sociedade, ou seja, a escrita é uma extensão de nossa fala, assim como a roda é uma extensão de nossos pés.
Narradores de Javé é um filme brasileiro do ano de 2003, tendo como dirigente Eliane Café, que conta a história dos moradores do povoado Vale de Javé e o drama vivido pelos mesmos. Com a construção de uma represa o que acarretará o alagamento de toda o Vilarejo de Javé. E no intuito de impedir tal acontecimento, a única chance dos moradores é a de provar que a localidade possui um valor histórico culturalmente a ser preservado. Fato que leva a necessidade de registrar por escrito os fatos que só são narrados de boca a boca entre os moradores. Um fato inusitado é que a maioria dos moradores é analfabeta, e para redigir o documento contando todos os grandes acontecimentos da sua história, recorrem a um ex funcionário dos Correios da cidade. Um homem que tempos atrás foi banido por todos no vilarejo, pelo fato de evitar que o posto de correios do lugar seja fechado começa a escrever cartas para pessoas de outras cidades, contando calúnias dos habitantes da cidade, para poder assim aumentar movimento na agência, e evitar o fechamento da mesma, preservando seu emprego. O desonesto Antonio Biá é forçado pelo povo do Vale a escrever as histórias, contadas há anos pelo povoado, sobre a sua fundação, os ilustres notáveis que habitavam e fizeram a historia da cidade. Neste intuito, Biá vai aprofundando nas memórias, fantasias e lembranças do povo de Javé. Mas a divergências de uma das outras das historias acaba tornado impossível o desenvolvimento do documento, tornando assim impossível o registro oficial do mesmo. Nesta circunstância, o filme aborda temas como, a formação cultural de um povo; heranças históricas; crenças; valores; história, verdade e invenção; importância da oralidade na construção cientifica; confronto entre o progresso e as tradições do vilarejo. Pois é pelas lendas e contos, que contribuem para a formação cultural de uma população, mudando ou edificando a maneira de viver de determinadas pessoas na sua moral ou em seus hábitos, costumes e pela linguagem regionalista. Deste modo, na história da humanidade, o povo sempre viveu no boca a boca, as crenças ou histórias, eram passadas de pai para filho e para netos, revivendo as memórias do passado. Vale destacar que foram através da oralidade e posteriormente escrituras, que temos acesso história de diversas populações, culturas e heróis do passado. Sendo assim, a tradição oral junto com a escrita fortalece as relações entre os seres humanos, criando uma transferência de conhecimentos e modo de vida. Ao final do filme, o livro com a grande história de Javé não foi escrito. E a cidade acabou sendo destruída pela modernidade, com a construção da represa, e seu povo assistiu aos prantos o novo mar que se formava no sertão, destruindo o local, a memória, a cultura e os seus antepassados. Enfim, uma historia triste de um povo sem cultura perante a modernidade da escrita, mas com forças suficientes de vencer e construir uma própria e nova historia.

No resumo.. Quem sou eu..

Na verdade não possuo muita definição exata, mas posso dizer que tenho um jeitinho entorpecente de se fazer ser notada e um sorriso largo de quem é feliz.. Sou um organismo vivo, possuo uma magia que encanta e agrada por sua sofisticação e requinte, além de uma despretensiosa informalidade. Estou sempre em processo de modificação como causa de acompanhar o bom gosto e conforto. Com a finalidade de estimular bonança ao nosso ambiente. Freqüentar-me inspira-lhe uma experiência agradável, sensação de prazer, de plenitude e bem-estar espiritual.. É como estar em casa ouvindo uma combinação harmônica e expressiva de sons. As minhas músicas têm o poder de harmonizar a sua alma. A minha dedicação alcançou com mérito minha posição atual. Moça alegre e com uma simpatia que conquista qualquer pessoa, sem falar na modestia, claro! Porém, lamento profundamente pela raça humana, pois a grande maioria não faz uso de sua genialidade criativa. Ora, nenhum ser vivo possui esse poder e às vezes, com tristeza, observo as pessoas que passam por mim a desperdiçar continuamente, e porque não dizer perseverantemente, seus dons naturais. Entram em combates por quirelas. Nutrem suas piores emoções, como a inveja, o ódio, a raiva por frustrações e desilusões não vividas, porém desejadas da vida de outrem. Esquecem de olhar a si próprios e assim através do conhecimento refletido poderiam gastar seu limitado tempo a desenvolver sua vocação original e singular. O dom divino e individual só pode ser vivido como experiência de vida quando alimentado de emoções positivas como a solidariedade, altruísmo, ternura e amor. Desta forma, o ser humano se destaca uns dos outros atingindo sua finalidade de existência. E como causa alcançam a paz e alegria de viver. Portanto, somente quando atinge esse estado de espírito é que o homem se basta a si próprio e torna-se imortal pelos seus feitos e obras. Deixando um legado a posteridade de seus semelhantes. "Metade de mim é um Anjo.. A outra metade Tsuname.. Sou o conjunto efeito do momento.." Todas as noites, antes de dormir, peço a Deus a graça de acordar sem meus velhos defeitos. Ele não atende. Ele me quer do jeito que eu sou..